Onde Estão Enoque, Moisés e Elias?
Você crê que Enoque, Moisés e
Elias estão no Céu?
Existem muitas interpretações sobre a alma humana, mas nem todas
estão de acordo com Palavra de Deus. Neste mundo, impregnado de
doutrinas sem base bíblica, conhecer bem a respeito do
arrebatamento de Elias, o traslado de Enoque, e entender sobre a
morte misteriosa de Moisés, são coisas que podem ajudar em muito
no conhecimento da verdade. Afinal, são as interpretações
equivocadas, de que esses homens de Deus foram levados vivos
para o Céu, que dão suporte às crenças como Imortalidade da
Alma; uma Morada no Céu para aqueles que obedecem a Deus; crença
na existência do Purgatório e de um Inferno de Fogo à espera dos
desobedientes e pecadores.
Como deve ser
entendida a parábola do rico e Lazaro?
Para se entender melhor sobre o que de fato aconteceu com Elias
e Enoque, precisamos, primeiramente, compreender pelo menos um
pouco a respeito da existência humana. Os teólogos da Doutrina
da Imortalidade da Alma tentam, de todas as formas, levar o
entendimento em torno desta questão para o campo do
sobrenatural. Para isso, usam vários artifícios imaginários,
como se fosse possível uma pessoa deixar o próprio corpo, após a
morte, e subir para junto de Deus. Explicam a parábola do Rico e
Lázaro como se fosse uma história, e não uma parábola. Muitas
diferenças existem entre uma parábola e uma história em vida
real. Na parábola, os exemplos são representados por seres ou
coisas simbólicas. Observem a parábola do trigo e do joio. Estes
dois elementos representam pessoas boas e más. Outro exemplo é a
parábola do publicano e o fariseu. Na realidade, aqueles dois
homens não existiam, pois, se existissem, a fala de Jesus
deixaria de ser uma parábola, e passaria a ser uma narrativa ou
um relato histórico.
Estas interpretações equivocadas têm levado muitos a imaginarem
que Lázaro, o da parábola, e Lázaro, o irmão de Marta e Maria,
fossem uma só pessoa. No entanto, a ressurreição de Lázaro,
irmão de Marta e Maria, de fato aconteceu. Por outro lado, o
Lázaro da parábola de Jesus simboliza os povos gentios, os
quais, no Antigo Concerto, não desfrutavam das mesmas bênçãos de
Israel. O Rico, no entanto, simboliza a nação de Israel, que, no
Antigo Pacto, sempre usufruíra de todas as prerrogativas de
Deus, conforme afirma o apóstolo Paulo: "os quais são
israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a
promulgação da lei, e o culto, e as promessas"
(Rm 9.4).
Paulo afirma que Israel era detentor de todas as riquezas da
graça de Deus. De fato, até aquele tempo, os povos gentios eram
excluídos do plano de Deus e nem sequer faziam parte do Seu
povo. "Portanto, lembrai-vos que outrora vós, gentios,
chamados de incircuncisão, pelos que na carne chamam
circuncisão, feita pela mão dos homens, estáveis naquele tempo
sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos
pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo"
(Ef 211,12).
Os povos gentios, representados por Lázaro, viviam a mendigar as
migalhas que caiam da mesa farta do rico povo de Israel. Na
opinião de Jesus, não era justo tirar o alimento da boca dos
filhos para dar aos cachorrinhos.
(Mt 15.26). As palavras
do Mestre deixam claro que os gentios, na visão daquela
sociedade, formavam uma classe menos importante. Os judeus, a
exemplo do rico, eram os primeiros no plano de Deus. Aliás, os
gentios nem eram considerados como um povo, como disse o
apóstolo Pedro: "vós que outrora nem éreis povo [...] Ao que
ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus donos"
(1Pd 2.10; Mt 15.27).
Jesus considerou injusto transferir para os gentios a porção que
estava separada para os filhos. Será mesmo que Jesus considerava
os gentios como cães? Todos nós sabemos que não. Então, por que
Ele disse isto sobre os gentios? A única explicação, que de fato
responde a esta pergunta, está nas próprias palavras de Jesus.
"E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às
ovelhas perdidas da casa de Israel"
(Mt 15.24).
Literalmente, Jesus foi enviado em primeiro lugar para os filhos
de Israel. Na parábola, a fala de Jesus deve ser entendida no
sentido figurado. O Rico era uma alusão aos judeus, que se
vangloriavam de ter a Abraão por pai, enquanto os gentios, nem
sequer eram considerados como povo de Deus. Com a vinda de
Jesus, esta situação se inverteu. Os judeus deixaram de
representar o povo escolhido e os gentios foram então
reconhecidos como o povo de Deus em seu lugar. "e agora sois
povo de Deus; vós que não tínheis alcançado misericórdia, e
agora a tendes alcançado" (1 Pd 2.
10).
Sobretudo, é importante compreender as circunstancias que
levaram Jesus a proferir a parábola. A dureza do povo de Israel
e a relutância em aceita-Lo, como Messias, eram os principais
motivadores de Seus sermões. A maioria das mensagens de Jesus
era direcionada a eles. Em algumas circunstâncias, o Mestre
utilizava-se de certos referenciais que os delineavam muito bem
como protagonistas de Suas pregações, como por exemplo,
"os primeiros" enquanto os gentios eram chamados de derradeiros;
"os filhos do reino" e os gentios, os cachorrinhos... etc.
Observe(m) que o Rico chama a Abraão de Pai, e este, por sua
vez, o chama também de filho, confirmando-o como alguém dentre
aquela nação. Além disso, assim como Lázaro se servia das
migalhas que caiam da mesa do rico, os gentios é que foram os
participantes das benções de Israel, e não ao contrário. "[...] se os gentios foram participantes das bênçãos espirituais
dos judeus, devem também servir a estes com as materiais"
(Rm 15.27).
Vejamos o texto no tocante à parábola.
"Disse, porém, Abraão:
Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e
Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é
consolado, e tu atormentado" (Lc 16.25).
Não há a menor possibilidade de que esse texto possa ser
compreendido no sentido literal, por vários motivos.
1). Abraão já era morto, portanto, impossibilitado
de dialogar com alguém, pois, biblicamente, os mortos estão em
silêncio. "Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem
ao silêncio" (Sl 115.17).
2). Havia um grande abismo entre ambos tornando
impossível o contato. – O abismo é o endurecimento de Israel
como nação. Como rico e abastado, Israel rejeita a salvação do
Messias, e torna-se seu inimigo, e por isso, quando se vê em
apuros, recorre ao Pai Abraão, mas não alcança o que procura. "O que Israel buscava, isso não o alcançou [...] Quanto ao
evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós [...]
(Rm 11.7 e 28).
3). O rico pede pela casa de seu pai e por seus
cinco irmãos. "Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o
mandes à casa de meu pai" (Lc
16.27,28). A nação de Israel é a casa paterna de todo
o judeu, e seus cinco irmãos são as nações da linhagem do
patriarca Abraão segundo a carne.
4). Abraão sugere que o rico procure Moisés e os
profetas. (Vs 29). Isso esclarece que se trata mesmo da nação de
Israel, pois foi a esta que Moisés distribuiu a lei.
5). A maior prova de que esta parábola não deve ser
entendida literalmente está no versículo 31.
O rico suplica que Abraão envie algum dos mortos para falar ao
seu pai e a seus cinco irmãos, ao que Abraão responde: "Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas,
tampouco acreditarão, ainda que RESSUSCITE alguém dentre os
mortos" (Lc 16.31). – A
fala de Jesus deixa clara a necessidade de que os mortos
ressuscitem para falar ou ter contato com alguém. A partir deste
princípio, chegamos a conclusão de que Jesus não se referia a
pessoas físicas ou literal, mas a um simbolismo onde cada
elemento representa algo da vida real, e Lazaro e o rico
protagonizam duas sociedades com papéis bem definidos.
Lázaro representa os gentios salvos por meio de Cristo, mortos
espiritualmente na carne, mas vivos na graça de Deus, ou ainda,
no seio do Pai Abraão. "Assim também vós considerai-vos como
mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus"
(Rm 6.11).
Que dizer das pessoas que
ressuscitaram em Jerusalém?
Como já dissemos em outros estudos, a forma de escrever um texto
pode alterar em muito o seu significado. O mesmo acontece com a
forma de entender. É preciso levar em consideração o contexto em
que o relato foi produzido, e as circunstâncias em que o mesmo
está inserido. Assim também são com as pessoas que ressuscitaram
depois da ressurreição de Jesus. Há quem afirme que tais pessoas
foram para o Céu assim que saíram do túmulo, antes mesmo do
Filho de Deus. Na verdade, tais explicações só confirmam o que
já dissemos: querem forçar uma ida da igreja para o Céu, mesmo
que a Bíblia esteja dizendo o contrário.
Os ressuscitados no dia da morte de Cristo foram para o Céu?
Vamos analisar o que Mateus registrou sobre a ressurreição de
alguns santos. "os sepulcros se abriram, e muitos corpos de
santos que tinham dormido foram ressuscitados e, saindo dos
sepulcros, depois da ressurreição dele (Jesus), entraram na
cidade santa, e apareceram a muitos"
(Mt 27.52).
É natural que alguém diga que aquelas pessoas foram para a
Jerusalém celestial, quando não tem conhecimentos bíblicos,
porque sempre dizem o que ouvem dos mais antigos e dos líderes
de suas religiões. Mas o povo de Deus não pode se prender a um
ensinamento sem o menor respaldo bíblico como este. Que aquelas
pessoas ressuscitaram, estamos certos. Isto foi o que Mateus
escreveu em seu evangelho. Agora, que elas foram para o céu,
isso são interpretações eivadas de equívocos. Não restam dúvidas
de que, quem idealizou tais ensinamentos, creia que os mortos
morrem e vão pessoalmente para junto de Deus. Segundo Mateus, os
ressuscitados saíram do sepulcro, entraram na cidade e a
apareceram a muitos. Voltando um pouco, vamos comparar a
ressurreição de Lázaro, o irmão de Marta e Maria, com o fato
descrito por Mateus: "E grande número dos judeus chegou a
saber que ele estava ali: e afluiram, não só por causa de Jesus,
mas também para verem a Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre
os mortos" (Jo 12.9).
A forma como Mateus relata a ressurreição daquelas pessoas é a
prova de que elas não foram para o Céu, e, assim como Lázaro,
permaneceram normalmente entre eles. Neste caso, eles entraram
na própria Jerusalém terrena. Mesmo Jesus, depois de
ressuscitado, permaneceu ainda por mais de quarenta dias com
Seus discípulos antes de subir para junto de Deus.
(At 1.3). Teriam eles
subido para o Céu, antes mesmo do Filho de Deus? Paulo afirma
que Jesus em tudo tem a preeminência: "também ele é a cabeça
do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência"
(Cl 1.18).
Jesus foi o primeiro a ressurgir dentre os mortos e o único a
subir para o Céu. Aqueles que n’Ele crêem ressuscitarão, mas há
um tempo para que isto aconteça. Deus tem o Seu tempo próprio
para todas as coisas. "Cada um, porém, na sua ordem: Cristo
as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda"
(1 Co 15.23). Para tudo
há uma ordem estabelecida por Deus para que em tudo Jesus tenha
a preeminência. Vejamos:
1. Ele foi o primeiro a ressurgir: (Cristo as primícias)
1 Coríntios 15.23.
2. Foi o único a ressurgir para a vida eterna: (... e eu o
ressuscitarei no último dia) João
6.44,54.
3. Foi o único que subiu para Deus: (Filhinhos... como eu
disse aos judeus, também a vós o digo agora: Para onde eu vou,
não podeis vós ir) João 13.33.
4. Aquelas pessoas não ressuscitaram em corpo glorificado,
porque há um tempo determinado por Deus para que isso aconteça;
(depois os que são de Cristo, na sua vinda)
1 Coríntios 15.23. Portanto,
elas não foram para o Céu. Pelo contrário, os ressuscitados
naquele dia voltaram à vida em corpo carnal, e entraram na
Jerusalém terrena e foram vistos por muitos.
5. Nenhum salvo ressuscitou ainda, porque tal acontecimento
está preparado para o último dia: (Todos estes morreram na fé,
sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado,
de longe...) Hebreus 11.13.
6. A primeira ressurreição de santos para a vida eterna só
acontecerá na vinda de Cristo: (Esta é a primeira ressurreição)
Apocalipse 20.5.
7. Todos os salvos serão recompensados com a ressurreição do
último dia: (E todos estes, embora tendo recebido bom testemunho
pela fé, contudo não alcançaram a promessa; visto que Deus
provera alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem
nós, não fossem aperfeiçoados) Hebreus 11.39,40.
8. Nenhuma ressurreição dos santos houve, nem haverá até o
dia da volta de Cristo, quando ocorrerá
a primeira: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na
primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda
morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com
ele durante os mil anos. (Esta é a primeira ressurreição)"
Apocalipse 20.5,6.
A cidade santa, à qual Mateus se refere, é a Jerusalém terrena,
e não a celestial, e os mortos então ressuscitados voltaram em
corpo carnal, com certeza morreram novamente. Repare(m) como
Mateus descreve a cena: "[...] entraram na cidade santa, e
apareceram a muitos" (Mt 27.52).
"e apareceram a muitos".
Se Mateus não houvesse escrito esta frase, dificilmente alguém
provaria que não se trata da Jerusalém celestial. Porém, tendo a
escrito, a situação é inversa. A pergunta é: "apareceram a quem?
Aos seres celestiais? Será que alguém pode estar invisível aos
habitantes dos Céus, de forma a aparecer quando quer? Aparecer a
muitos; no Céu? Ou melhor, será que alguém precisa aparecer aos
seres celestiais?
Enoque, Moisés
e Elias, onde estão?
Elias foi transportado do lugar onde se encontrava para outro
lugar. Isso não quer dizer que o profeta tenha sido levado para
o Céu dentro de um carro de fogo. O objetivo do carro de fogo
foi apenas para separar Elias de Eliseu. Elias, na verdade, foi
elevado num redemoinho. O redemoinho é formado por deslocamento
de ar, logo, o profeta não saiu da atmosfera terrestre, pois
fora desta não há redemoinho. O profeta também não suportaria a
mudança de ambiente sem antes passar pela morte física. Para não
ter morrido, Elias deveria ser um ser muito diferente dos demais
seres humanos.
É exatamente neste ponto que a doutrina da Imortalidade da Alma,
bem como a crença de que o homem pode ser levado para o Céu,
entram em constrangedora contradição com a Bíblia. Por exemplo,
quando Adão pecou, o Criador determinou-lhe a morte como
consequência de seu pecado. Por este motivo, a morte deveria
passar por todos os humanos nascidos à semelhança de Adão. Sendo
Elias da mesma natureza de Adão, ou seja, nascido na mesma
condição, não poderia ser levado ao céu enquanto permanecesse
naquele estado mortal. "... por um homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a
todos os homens..." (Rm 5.12).
Alguém poderá questionar: – Não seria isto que aconteceu com
Elias? Pois, sendo levado para o céu, ele passou diretamente de
mortal para a vida eterna, e seu corpo foi transformado em um
corpo imortal? – Podemos assegurar que isto não aconteceu.
Examinando outros exemplos na Bíblia, veremos que isso não pôde
ter acontecido com Elias, nem com Enoque, nem com Moisés e nem
com qualquer outro vivente. Veja. "Disse-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim" (Jo 14.6). Em outro
texto Jesus afirma: "Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e
a vida" (Jo 11.25).
O único caminho para o homem chegar
à presença de Deus é Jesus, e isso só é possível pela Sua morte
e ressurreição. Será que, com Enoque, Elias e Moisés esse
processo teria sido diferente?
O homem, a princípio, foi criado
para viver eternamente, contudo, com sua opção pelo pecado,
acabou sentenciado à morte. Como somos da mesma natureza de
Adão, igualmente haveremos de passar pela morte. Deus prometeu a
vida eterna ao homem na condição de obediência. Disse-lhe que
certamente morreria, se não se mantivesse em retidão. O homem é
mortal, por isso todos os homens morrem. "E assim como aos
homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o
juízo," (Hb 9.27).
Elias seria uma exceção? Ou será que Paulo não sabia o que
dizia? Paulo diz que o mortal precisa ser revestido pelo
imortal, e o que é corruptível precisa ser revestido de
incorruptibilidade, antes de passar para a vida eterna.
(1 Co 15.53).
Acontece que, uma transformação
como esta, só é possível com a morte de Jesus. Logo, tendo Elias
morrido antes de Jesus, teria ele ressuscitado primeiro e
precedido até mesmo o Filho de Deus? Veja que não tem lógica.
Paulo diz que Cristo foi o primeiro da ressurreição. Isto é a
prova de que Elias não está no Céu, caso contrário, Jesus não
seria o primeiro. Se de fato Elias já estivesse no Céu desde o
seu arrebatamento, ele seria o primeiro; e Jesus o segundo.
(1 Ts 4.17).
"[...] a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram."
(Rm 5.12).
O texto garante que todo mortal
precisa, obrigatoriamente, passar pela morte física, para então
receber um corpo imortal. "Porque, assim como, em Adão, todos
morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. [...]
transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de
olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os
mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se
revista de incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista
da imortalidade" (1 Co
15. 22,51-53).
Analisando o gráfico a seguir o leitor poderá entender: cerca de
dez anos depois de seu arrebatamento, o profeta Elias envia uma
carta advertindo o rei Jeorão, o que comprova que ele (Elias)
ainda estava vivo em algum lugar daquela região.
1)
Elias é arrebatado nos dias de Jeosafá ainda
reinando: "Perguntou, porém, Jeosafá: Não há aqui
algum profeta do Senhor por quem consultemos ao
Senhor?... Aqui está Eliseu, filho de Safate, que
deitava água sobre as mãos de Elias.
(II Rs 3.11).
2)
Jeosafá
reinou 25 anos em Judá e foi sucedido por seu filho
Jeorão. "Depois Jeosafá dormiu com seus pais... E em
seu lugar reinou seu filho Jeorão.
(I Rs
22.42,51).
3)
Jeorão recebe
uma carta de Elias mui-to depois da morte de Josafá:
"Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e com eles foi
sepultado na cidade de Davi. E Jeorão, seu filho,
reinou em seu lugar. Então lhe veio uma carta da
parte de Elias, o profeta, que dizia: Assim diz o
Senhor, Deus de Davi teu pai:"
(II Cr
21.1,12).
Qual era de fato o objetivo da
transfiguração?
O estado
glorioso em que Jesus aparece a três de seus discípulos, Pedro,
Tiago e João, é uma figura do maravilhoso reino de Deus. Seu
rosto resplandeceu como o sol e as suas vestes se tornaram
brancas como a luz. Após a transfiguração, Jesus pediu a Seus
discípulos que não revelasse o fato a ninguém até que Ele dos
mortos ressuscitasse. (Mt 17.2).
Na transfiguração de Jesus, o reino de Deus foi mostrado aos
discípulos numa visão do que há de ser. Portanto, este era o
objetivo de Jesus. O Salvador queria que Seus discípulos o
vissem, glorificado, como será ao findar o milênio, e prometeu
que isso aconteceria antes que morressem, estando eles ainda
naquela condição. Na visão, apareceram Moisés e Elias falando
com Jesus, o que equivale a uma demonstração do que será o reino
após o milênio com a Terra restaurada, conforme lhes prometera
também em outra ocasião: "E eu vos destino o reino, como meu
Pai mo destinou," (Lc 22.29).
Veja como entender a transfiguração de Jesus e o que isto
significa:
Jesus faz uma revelação profética, em Mateus 16, e, seis dias
depois, cumpre a promessa. "Porque o Filho do Homem há de vir na
glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a
cada um conforme as suas obras"
(Mt
16. 27). Analisando este texto, a impressão que temos
é que Jesus falava do último dia. Parando um pouquinho para
pensar, no versículo 28, no entanto, o Mestre lhes assegura: "Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão de modo nenhum
provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu
reino" (Mt 16.28).
Jesus falava da transfiguração. Veja(m) como Mateus descreve a
cena no capítulo 17 e esclarece a questão: "Seis dias depois,
tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os
conduziu à a um alto monte" (Mt
17. 1). Ora, alguns dos que ali estavam não provariam
a morte sem antes contemplarem o reino de Deus. Jesus cumpriu a
promessa ao transfigurar-se diante deles. Foi então, nesta
visão, e naquela condição, que lhes apareceram Moisés e Elias,
falando com ele. (Mt 17.3).
Ao ler este texto, a maioria dos estudiosos imagina que a
presença de Moisés e Elias, ali no monte Tabor, era real. Na
verdade, aquilo que viam era apenas uma visão. "Enquanto desciam
do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que
o Filho do homem seja levantado dentre os mortos"
(Mt 17.9). O Mestre
mostrou-lhes o que será o Seu reino futuro. Ou seja, como Ele
virá, na Glória de Deus, e estabelecerá o Seu reino, onde também
estarão Elias e Moisés, como lhes revelara ao transfigurar-Se em
visão.
Vamos relembrar o que dissemos sobre a parábola do Rico e
Lázaro. Numa manifestação em visão, assim como na parábola, as
coisas não têm as mesmas propriedades das coisas reais. Sendo
assim, podemos entender que Elias e Moisés não estavam em corpos
reais na visão da transfiguração. O objetivo de Jesus, com
aquele feito, não era mostrar alguém aos três apóstolos, e sim,
cumprir o que lhes prometera no capítulo 16 de Mateus, ou seja,
que alguns dos que ali estavam de maneira nenhuma passariam pela
morte até que vissem o Filho do Homem no seu reino"
(Mt 16.28).
Uma visão não tem o mesmo caráter de uma manifestação literal.
Imagine o profeta Daniel, por exemplo, quando viu quatro animais
espantosos. Aqueles animais representavam quatro reinos, no
entanto, nenhum daqueles animais era real, mas os reinos sim.
Assim também aconteceu na transfiguração. Os apóstolos viram
Moisés e Elias falando com Jesus, mas isto não quer dizer que
ambos estão vivos, porque ali era apenas uma visão do futuro
reino de Cristo, portanto, após a ressurreição dos mortos,
quando tanto Moisés quanto Elias já estarão ressuscitados.
O texto que fala da transfiguração de Jesus é o pivô da teoria
em defesa da imortalidade da alma. Quem assim crê, defende que
Elias e Moisés estão no Céu. Para todos os efeitos, afirmar que
Moisés e Elias estavam ali pessoalmente é muito contraditório.
Outros textos da Bíblia entrarão em choque com esta ideia, e
reduzi-la-ão ao descrédito, inclusive, quando comparados com as
próprias palavras de Jesus, que diz: "Ora, ninguém subiu ao céu,
[...]" (Jo 3.13).
Os heróis da fé; Enoque está
entre eles?
A carta aos hebreus destaca homens tais como: Abraão, Noé, Abel,
Enoque, Sara, Isaque, Jacó, José, Moisés, Gideão, Baraque,
Sansão, Jefté, Davi, Samuel e muitos outros como heróis da fé,
porque morreram em defesa da verdade e da verdadeira fé
monoteísta. (Hb 11.4,5,7,8).
Enoque também morreu?
Sim, este também é contado como morto. Enoque foi trasladado
(levado de um lado para outro) para não ser morto naquelas
circunstâncias. O livro de Gênesis relata que os dias de Enoque
foram trezentos e sessenta e cinco anos. (Gn 5.21-24 ). Segundo
o Dicionário de Português (On-line), trasladar significa:
"Transportar; ação de transferir, de mudar de um lugar para
outro...". – Enoque não foi arrebatado para o Céu, pelo
contrário, ele foi levado por Deus, para outra parte daquela
região, porquanto a hora de Sua morte ainda não era chegada, mas
depois também morreu e em Hebreus há o depoimento de que tanto
Enoque quanto Moisés também estão mortos: "Enoque,
Noé, Abrão, Sara, Isaque, Jacó, José,
Moisés, Raabe, Gideão,
Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os santos profetas. [...]
"Todos estes MORRERAM na fé [...]"
(Hb
11.13).
IDSDC – Comissão de Estudos
Bíblicos